Chico de Oliveira relança "O Elo Perdido" e analisa a Bahia entre Gilberto Freyre e Gil
Editora Fundação Perseu Abramo reedita obra do sociólogo

Nem o Carnaval escapa do olhar atento do sociólogo Francisco de Oliveira, 69 anos. Em seu livro O Elo Perdido, ele traça um retrato da Bahia industrial que emergiu, nos anos 50, com a força da Petrobras e da Sudene (instituição que ajudou a dirigir antes de ser perseguido pelo regime militar) e mergulhou em um perverso processo de estagnação. A obra foi publicada na década de 80 e agora ganha sua segunda edição, pela Editora Fundação Perseu Abramo. No prefácio que escreveu para a nova edição, Francisco de Oliveira analisa a Bahia de hoje, as relações de trabalho, a pobreza que aumenta nos arredores de Salvador e o Carnaval, com suas contradições, e dispara: "É a classe como pobreza e o Carnaval como identidade. Se, na primeira vez que este trabalho veio à luz, o elo estava perdido, desta vez pode ser que já não mais exista."
 


O Elo Perdido: Classe e Identidade de Classe na Bahia
, de Francisco de Oliveira, será lançado pela Editora Fundação Perseu Abramo na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, realizada de 15 a 25 de maio no RioCentro. O título faz parte da coleção História do Povo Brasileiro, que contará ainda com outra novidade: o livro Uma Historia do Feminismo no Brasil, de Céli Pinto. O estande da Editora fica no Pavilhão Vermelho, número 97.

O autor

O sociólogo Francisco de Oliveira completa 70 anos em novembro. Nasceu em Recife, Pernambuco, onde se formou em Ciências Sociais. Hoje é diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania, da USP (Universidade de São Paulo).

Chico de Oliveira foi superintendente-substituto da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), na gestão de Celso Furtado, até o golpe militar de 1964. No ano seguinte, perseguido pelo novo regime, foi para a Guatemala, a serviço das Nações Unidas. Em 1966, chegou ao México para trabalhar no Centro de Estudos Monetários Latino-Americanos. De volta ao Brasil, atuou no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) de 1970 a 1995, sendo seu presidente no período 1993-1995.

Foi professor de economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e professor titular de sociologia da Universidade de São Paulo (USP) até 1998, quando se aposentou. É fundador do Partido dos Trabalhadores.

O autor de O Elo Perdido tem um vasto trabalho de análise dos problemas brasileiros, focalizando o impacto das questões econômicas e políticas sobre a vida dos trabalhadores. Também destacam-se, entre suas obras: A economia brasileira: crítica à razão dualista, Elegia para uma re(li)gião, Os direitos do antivalor, Os cavaleiros do antiapocalipse, em colaboração com Álvaro Comin, e Os sentidos da democracia, em colaboração com Maria Célia Paoli.

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