Capítulo 15 para download

A FUNASA, Fundação Nacional da Saúde, foi apresentada aos entrevistados como o órgão responsável por cuidar da saúde da população indígena nas últimas décadas. Mais da metade dos entrevistados (57%) conhece ou já ouviram falar da FUNASA e 43% nunca ouviu falar deste órgão. O conhecimento da FUNASA é maior nas regiões Norte e Centro-Oeste (83 e 72%) e nos municípios onde existem territórios indígenas (66%).

 

Entre os que a conhecem, a FUNASA é avaliada positivamente por 50%, com 8% de avaliação ótima e 42% boa, 28% avaliam-na como regular e 6% tem uma avaliação negativa. Sua avaliação positiva é maior na região Norte (67%), se destaca como regular na região Sul (38%) e como péssima na Centro-Oeste (11%).

 

Segundo a percepção da população brasileira, os problemas que mais afetam a saúde dos indígenas do Brasil são a ausência de médicos e profissionais da saúde capacitados em áreas indígenas (39%); a falta de hospitais e postos de saúde nas aldeias (38%), falta de saneamento básico e a poluição e contaminação das águas dos rios (34%, ambos), falta de remédios e vacinas (32%).

 

A falta de médicos e profissionais capacitados em áreas indígenas é principalmente observada entre os respondentes da região Norte (52%), assim como a ausência de hospitais e postos de saúde nas aldeias, que também se destaca entre os entrevistados da região Nordeste (49% e 45%, respectivamente) e entre os que residem próximos à territórios indígenas (46%). A falta de saneamento é principalmente observada nas regiões Norte e Centro-Oeste (47% e 46%, na ordem); a poluição e contaminação das águas e rios percebida por todos, sem distinção e a falta de remédios e vacinas é também mais notada na região Norte e cidades de pequeno porte (37%, ambos).

 

Outros problemas relacionados á saúde como a desnutrição ou falta de alimentação; falta de tratamento de saúde diferenciado aos indígenas (21% de citações, ambos); a contaminação de alimentos por produtos químicos (17%); o alcoolismo (12%); a falta de assistência à maternidade e parto (11%) e a falta de respeito aos modos tradicionais dos índios tratarem a saúde (10%) foram também mencionados, porém em menor escala.

 

Agentes de saúde locais nativos é considerada a alternativa mais importante para trazer melhorias á área da saúde para a população indígena, apontada por cerca de um quarto da amostra (24%), postos de saúde e ambulância nas aldeias é a segunda melhor alternativa, segundo 20% dos entrevistados.

 

Num outro patamar, médicos especialistas nos postos dentro das aldeias; tratamento a base de ervas e plantas medicinais e disponibilidade de medicamentos gratuitos nos postos das aldeias são consideradas outras alternativas importantes para trazer melhorias á saúde da população indígena (com 11%, 10% e 9% de menções, respectivamente).

 

Agentes de saúde nativos são principalmente mencionados na região Norte (34%) e postos de saúde e ambulância nas aldeias entre os entrevistados que residem onde tem terras indígenas (28%).

 

Quando tomadas em sua multiplicidade de respostas, os principais aspectos para melhoria da saúde dos indígenas invertem a posição, passando a ser mais importante os postos e ambulância nas aldeias (48%) que os agentes de saúde locais nativos (46%) e a disponibilidade de remédios gratuitos nos postos das aldeias se aproxima em importância, com 42% de referências.

 

Médicos especialistas nas aldeias e acesso rápido a consultas e exames, assumem um segundo bloco de importância, com 35% e 34% de menções, na ordem.

 

A solicitação de postos e ambulância nas aldeias é mais recorrente entre os residentes nas regiões Norte e Nordeste (59% e 56%) e entre os que residem próximos à TIs, e em cidades de médio porte (53%, ambos) e entre os negros (53%). Já os agentes de saúde locais são principalmente mencionados nas regiões Centro-Oeste e Sul (60% e 51%, respectivamente), os residentes nas capitais (51%) e também os de origem negra (52%). Medicamentos gratuitos Nas aldeias são reivindicados principalmente por quem reside em municípios de médio porte (47%).

 

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