O Brasil Privatizado (Editora Fundação Perseu Abramo, R$ 5,00), livro compacto de 48 páginas, fácil de ler, escrito pelo jornalista Aloysio Biondi, vai além da sua proposta: é uma análise da alma econômica do período FHC. Mais neoliberais que o neoliberalismo, os detentores do poder esmagaram o Brasil vendendo estatais a preços quase sempre aviltados. Numa privatização típica, os gênios financeiros do governo primeiro melhoram a estatal considerada ineficiente, investem como nunca, decretam tarifas decentes. Depois, financiam a venda para multinacionais riquíssimas, permitem pagamento a prazo e com mordas podres, manipulam regras fiscais e societárias. Se nada disso dá certo, o governo vai lá, participa da compra da estatal e diz que está privatizado. Quando nem isso consegue, manipula a licitação, como mostra o deprimente episódio do grampo, com participação de FHC. No final, o saldo de entradas e saídas de dinheiro é zero. O resultado para a economia e a população é negativo. A miséria moral cresce.

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