O seminário: “Política de Defesa e Projeto Nacional de Desenvolvimento”, reuniu no dia 4/6, em Brasília, ministros de Estado, representantes de partidos políticos, parlamentares, oficiais da ativa da Aeronáutica, do Exército e da Marinha, e estudiosos do tema. O evento foi realizado pelas fundações Perseu Abramo (PT), Maurício Grabois (PCdoB), João Mangabeira (PSB), e Leonel Brizola-Humberto Pasqualini (PDT).

O ministro da Defesa, Celso Amorim, abriu o encontro com a conferência “Política de Defesa e Projeto Nacional de Desenvolvimento”. Na sequência, no painel “Estratégia Nacional de Defesa” participaram como palestrantes Renato Rabelo (presidente nacional do PCdoB), Elói Pietá, secretário geral do PT (que dividiu seu tempo com José Genoino, assessor especial do ministro da Defesa), Roberto Amaral, vice-presidente do PSB, e Francisco das Chagas Leite Filho, representante do PDT.

 

 

No segundo painel – “Projetos Estratégicos de Defesa” – foram apresentados dados sobre Defesa Cibernética e o Projetos Nuclear e Aeroespacial brasileiros. Os palestrantes sobre o último foram o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, e o vice-presidente do PSB, e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Para falar sobre o Projeto Nuclear foram convidados o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, e o físico e diretor de Tecnologia da FAPERJ, Rex Nazaré. Na última mesa de debates, sobre Defesa Cibernética, participaram o comandante do Centro de Defesa Cibernética –  CDCiber,  general de divisão José Carlos dos Santos, e o pesquisador do IPEA e especialista em Cibernética Samuel Cesar da Cruz Junior.
 

Os debates apresentaram alguns consensos, como no que diz respeito à renovada atuação das Forças Armadas no papel hoje desempenhado pelo Brasil no cenário internacional. Neste momento, as Forças Armadas passam a ter papel estratégico, superando as tarefas que lhe haviam sido confiadas nas últimas décadas – como, por exemplo, a de garantir a segurança pública e o combate ao narcotráfico. Outro aspecto considerado essencial foi o relativo à implementação de condições para que as Forças Armadas brasileiras executem a Estratégia Nacional de Defesa do governo brasileiro. Também foi lembrada  a necessidade de investimentos e medidas para  alavancar a indústria de defesa brasileira e de formação de recursos humanos.

 

 

Os palestrantes afirmaram ainda que uma política de Defesa Nacional não pode estar dissociada do projeto de desenvolvimento do país, e que se o Brasil pretende exercer protagonismo na região e no mundo, precisa ter um projeto capaz de fazer frente a essa sua nova configuração política. Também foi enfatizada a importância do seminário em si dada a avaliação, pelos participantes, da necessidade de que a pauta da Defesa seja amplamente debatida pela sociedade, tanto pela sua importância política como pela sensibilização para a destinação de recursos.

(Fotos: Richard Casas)

 

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Atualizado em 12/6/2012, às 17h00

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